Comissão de Assuntos Metropolitanos discute piscicultura com RMC

 


Taciano Maranhão, Rasca Rodrigues, Toninho Wandscheer,
José Wigineski,
Antonio Ostrensky e Luiz Danilo Muehlmann (
fotos Maria de Freitas /Alep)

  

No Paraná, os principais polos da piscicultura
estão concentrados nas cidades de Toledo, Cascavel,
Cornélio Procópio, São José dos Pinhais e Paranaguá

 

Discutir um projeto para o setor de piscicultura da região metropolitana de uma forma integrada. Esse foi o objetivo do encontro da Comissão de Assuntos Metropolitanos da Assembleia Legislativa, realizado nesta quinta-feira (13), no Plenarinho.

Presidida pelo deputado estadual, Toninho Wandscheer (PT), a audiência pública com o tema “Piscicultura como Alternativa Econômica para a Região Metropolitana de Curitiba” reuniu pequenos proprietários rurais, secretários municipais de Agricultura e técnicos da área, presidentes de associações de piscicultores e empresários da cadeia produtiva.

“Queremos dar condições para o pequeno proprietário rural. O objetivo é fortalecer a produção de peixe, impulsionando o comércio e o consumo na região, gerando renda à agricultura familiar, e proporcionar uma nova alternativa de renda aos fumicultores, que tanto sofrem com a plantação de fumo”, disse o presidente e deputado Toninho, na abertura do evento.

Para Wandscheer, a criação deste projeto depende da organização dos piscicultores e do envolvimento de todas as esferas políticas. “Esse é um momento de nos reunirmos, discutirmos perspectivas, compartilharmos conhecimento e apontarmos rumos para o desenvolvimento da piscicultura na região”, disse.

Durante pronunciamento, Toninho também destacou os benefícios do peixe na vida das pessoas. “É preciso trazer o peixe para a mesa da família paranaense e inserir o alimento na merenda escolar também, como forma de aumentar o consumo de peixes na região e melhorar a qualidade de vida das pessoas”, destacou o deputado.

Panorama
Durante a audiência, um panorama atual da piscicultura da RMC, foi feito pelos palestrantes convidados Taciano Maranhão, engenheiro de pesca do IAP; Luiz Danilo Muehlmann, coordenador estadual do projeto Aquicultura e Pesca da Emater e Antonio Ostrensky, do Grupo Integrado de Aquicultura e Estudos Ambientais (GIA) /UFPR, que apontaram quem são os piscicultores da região metropolitana, conquistas das atividades e as principais dificuldades enfrentadas por eles.

“Não podemos depender mais dos pesque-pagues”
Esse foi o recado do palestrante Antonio Ostrensky, do GIA/UFPR, que falou sobre as novas tecnologias usadas na Piscicultura. Ele detalhou alguns resultados da prática desenvolvidos na Ásia, África e no Brasil, como o Vale do Itajaí (SC). A cidade de Santa Catarina adota um modelo, que alia produtividade à questão ambiental, consorcia a suinocultura com a piscicultura. Um sistema instalado nas propriedades permite tratamento natural das fezes dos suínos, que são transformadas em ração para os peixes.

No Paraná, segundo Ostrensky, a piscicultura é realizada em viveiros, tanques estufas e a produção é feita em pequena escala. “Nosso Estado tem o melhor sistema compatível com o meio ambiente. É possível produzir peixe em grande escala, porém, não existe um modelo voltado à RMC”, explicou.

Ostrensky falou ainda sobre as empresas que processam o peixe, geram renda e ganham cada vez mais espaço nos mercados. “Toledo, no Oeste do Estado, comercializa até files de merluza”, explicou, lembrando aos produtores, que para poder processar é preciso ter oferta de produto, adquirir o licenciamento ambiental e regulamentar a prática.

“Sem a organização dos produtores não tem como criar um programa na RMC”
Durante apresentação, o palestrante revelou que os maiores problemas da piscicultura hoje, são a restrição ambiental, sazonalidade climática, escala de pequena produção, falta de estrutura para comercialização e mentalidade individualista dos produtores.

“Já, as potencialidades são positivas”, destaca o palestrante. A produção é destacada, por causa da proximidade com o mercado da RMC, a diversificação no mercado, a infraestrutura regional e por conta dos recursos naturais. “Se o produtor tiver mercado, capital, planejamento, cooperativismo, o projeto pode ser desenvolvido com certeza”, finalizou.

Positivo
O superintendente da Pesca, José Wigineski destacou o potencial do Paraná para desenvolver a atividade. Para ele, os números apresentados na audiência são bastante positivos. “O debate despertou interesse da região. É preciso discutir os problemas e as soluções da nossa região metropolitana. Precisamos aproveitar a iniciativa do deputado Toninho, juntar forças políticas e desenvolver esse projeto tão sonhado para os pequenos produtores”, disse.

Encerramento
Ao final da reunião foi aberto o debate. Toninho agradeceu a presença de todos e informou que a Comissão de Assuntos Metropolitanos deverá apresentar nos próximos dias um projeto de lei voltado para o setor de piscicultura. “Vamos iniciar um processo de desenvolvimento da piscicultura da RMC, porque hoje não há um modelo próprio para criação de peixes. E através da Assembleia podemos iniciar estas discussões, para depois apresentarmos projetos e indicações ao governador”, completou Toninho”, finalizou o deputado.

Presença
Participaram do encontro, o deputado estadual e membro da Comissão, Rasca Rodrigues (PV), o diretor-presidente da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), Rui Hara, o presidente da Câmara Setorial de Piscicultura, Elói Kuhn, secretários municipais de Tijucas do Sul, Piên, Colombo, Araucária, São José dos Pinhais, Bocaiúva do Sul, Curitiba, vereadores de Rio Negro, Fazenda Rio Grande, Piên, Lapa, Agudos do Sul, Quitandinha, além de representantes da UFPR e PUCPR, técnicos da Emater e do IAP, representantes do Centro de Apoio Socioambiental Brasil, professores de Aquicultura da UFPR/Pontal do Paraná e demais convidados.


Piscicultura na vida do brasileiro
A piscicultura é uma das atividades pecuárias em maior expansão, atualmente, no Brasil. Hoje o brasileiro consome em média 5 quilos de peixe ao ano (3 quilos só no Paraná) sendo que a recomendação é de 15 a 20 quilos.  Dados comparativos do IAP mostram que foram produzidos no Estado,  40 mil toneladas em 2009 (deste número, cerca de 80% vem da piscicultura), contra 22 mil toneladas em 2007, quase o dobro. Pode-se dizer que hoje sobram peixes nos frigoríficos, por falta de comercialização.


 


Fonte: Assessoria de Imprensa Deputado Toninho Wandscheer

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