Instituto de Tecnologia do Paraná poderá contribuir para
o mercado de hemoderivados no País.
O deputado Toninho Wandscheer (PROS-PR) comentou nesta quarta-feira (18) o atendimento, pelo presidente da República, Michel Temer, a um antigo pleito da Bancada do Paraná na Câmara, da qual Wandscheer é o coordenador.
Reunido com mais 11 congressistas integrantes da Bancada, Wandscheer foi recebido ontem em reunião no Palácio do Planalto onde se discutiu investimentos do estado do Paraná no setor de derivados do sangue. Atualmente, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) é a única autorizada a vender os produtos dos derivados ao Ministério da Saúde.
Atualmente, o mercado de derivados do sangue é atendido exclusivamente pela Hemobrás, por meio da chamada Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP), a qual foi concebida em 2012 com o contrato firmado entre a Hemobrás e a Shire Farmacêutica Brasil.
“Se é possível fazermos com que o produto fique mais barato para o povo brasileiro, faremos essa defesa, pois quem pagará mais barato será o povo”, disse o coordenador, que há dois anos à frente da Bancada conseguiu importantes pleitos para a região.
O presidente Temer reafirmou que manterá a planta, atualmente no estado de Pernambuco, mas que também o Paraná terá a sua. “O presidente garantiu que a planta de Pernambuco continuará, em parceria com a Hemobrás. O que acontece hoje é um monopólio de Pernambuco, o que não é saudável para o mercado e muito menos para o País, que não pode ficar apenas com uma empresa operando. Então, temos que dar continuidade a esse processo, pois teremos licitação e concorrência. A concorrência é salutar”, defendeu Wandscheer.
O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), empresa pública fundada há 77 anos e cuja maior área de atuação é a saúde, já enviou uma solicitação em forma de proposta ao Ministério da Saúde (MS), em parceria com a empresa Octapharma Brasil. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, ainda não definiu, mas já afirmou, assim como Wandscheer, que um mercado exclusivo prejudica o consumidor final.
Além disso, o MS acompanha problemas na evolução da PDP em Pernambuco, os quais estão prejudicando a evolução em pesquisas e tecnologia.
“Não podemos ficar alienados diante desse projeto, já que o Paraná possui tecnologia suficiente para ofertar ao público, inclusive, produtos com qualidade e menor preço. E essa foi a demanda atendida pelo presidente Temer”, disse Wandscheer.
Ainda de acordo com Wandscheer, não há qualquer intenção da Bancada do Paraná em retirar do Estado de Pernambuco a sua participação no mercado.
“A intenção não é esvaziar a Hemobrás e sim ajudá-la a crescer e até mesmo atingir níveis satisfatórios quanto às exigências da Parceria de Desenvolvimento Produtivo. Não temos que proteger mercado fechado. Não podemos impedir que alguém produza um produto mais barato para vender para os brasileiros”, ressaltou o parlamentar.
Em julho, o ministério da Saúde determinou a suspensão da PDP entre a Hemobrás e a Shire Farmacêutica Brasil, alegando que, ao longo de quase cinco anos, a empresa não conseguiu de forma satisfatória transferir para a estatal a tecnologia referente à produção do chamado “fator VIII recombinante”, medicamento essencial para portadores de hemofilia.
O Fator VIII Recombinante é usado para tratar pessoas hemofílicas do tipo A, uma doença que impede a coagulação do sangue. A Tecpar, no Paraná, já possui a tecnologia necessária para a produção, o que evitaria, segundo Wandscheer, a dependência por sua aquisição do mercado externo ou de empresas estrangeiras.
O atendimento do pleito feito pela Bancada Federal do Paraná ainda aguarda análise técnica do ministério, além de reuniões que colocarão as novas demandas discutidas pelos parlamentares integrantes.
Redação Pros